Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, foi alvo dos holofotes em outubro do ano passado ao anunciar a mudança de nome de sua companhia para meta, englobando o já citado Facebook, Instagram, WhatsApp e a Oculus.
O nome é uma referência ao metaverso, um mundo digital na Web 3.0 que promete romper fronteiras e mudar completamente a nossa realidade em termos de entretenimento, trabalho, investimentos, relações interpessoais e muito mais.
Fato é: a manifestação de Zuckerberg deu força ao nome “metaverso” e, com isso, vislumbra-se um universo de possibilidades na integração do mundo real com o virtual. O que esperar dos próximos anos?
A origem do nome
O termo “metaverso” vem de um best-seller de ficção científica de 1992, Snow Crash.
O autor, Neal Stephenson, imaginou um mundo distópico onde o personagem principal do livro, um hacker/entregador de pizza chamado Hiro Protagonist (que criativo), viaja de sua realidade sombria para uma paisagem urbana virtual em 3D, o Metaverse, que se estende por mais de 40 mil milhas.
No metaverso cyberpunk de Snow Crash, as pessoas usam avatares digitais para escaparem de suas realidades e viverem de acordo com suas expectativas de si mesmas, se subvertendo a esta “realidade” virtual, o Metaverse original.
A obra de Stephenson viria a influenciar o filme Matrix, das irmãs Wachowski, e a série Ready Player One, de Steven Spielberg.
Longe de ser uma novidade
Nova invenção de Zuckerberg? Especulação de acionistas em cima de NFTs e criptomoedas? Uma farsa? Nada disso.
Os metaversos já estão entre nós há algum tempo. A diferença é que, agora, estão “dando nome aos bois”. E, sim, você leu corretamente: metaversoS. Ou você acreditava que existia apenas um?
O primeiro metaverso
O primeiro metaverso de que se tem notícia, o jogo Second Life, lançado em 2003, nos dá um bom panorama do que está por vir. A plataforma, ativa até hoje, permite criar um avatar personalizado e vagar por um mundo virtual tridimensional.
Foi em 2007, quando o jogo atingiu 1 milhão de usuários, que foi possível vislumbrar o potencial daquele metaverso. As pessoas passaram a cruzar umas com as outras com frequência, desenvolvendo relações de valor, marcando encontros e, de fato, vivendo uma “segunda vida” na web.
Além disso, naquele mesmo ano, o Second Life disponibilizou versões virtuais de famosas casas noturnas, palestras digitais e até mesmo uma loja da Armani para você comprar roupas – dentro e fora do jogo. Um presságio dos NFTs?
Empolgado, o idealizador do jogo, Philip Rosedale, foi atrás de financiamento para continuar a empreitada de desenvolvimento do Second Life. Entre os investidores, Jeff Bezos, com aproximadamente US$ 8 milhões.
Por um tempo, o Second Life fez parecer que o Metaverso – uma ideia de mundo imersivo em 3D originalmente concebido em um romance de ficção científica dos anos 90 – finalmente estava em nossas mãos e disponível para uma virada de chave na web.
Não estava. O ano de 2007 marcou o pico de popularidade do Second Life. Depois disso, sua contagem de usuários estabilizou, depois diminuiu cada vez mais, prejudicada por gráficos com falhas, conexões de internet lentas e o surgimento de um novo lugar popular para se reunir online: o Facebook.
Enquanto o Second Life se aproxima da deserção, com aproximadamente 600 mil usuários ativos, o Facebook tem, hoje, 2,9 bilhões. E já está em declínio. Rosedale se afastou em 2008, enquanto Jeff Bezos rapidamente voltou suas atenções à internet convencional bidimensional – e a Amazon nunca estabeleceu uma presença oficial no Second Life.
Outros Metaversos
Dentre os mais recentes e populares atualmente, podemos citar o Roblox, o Decentraland e o The Sandbox.
Mas o melhor e mais antigo exemplo que podemos citar é o MMORPG World of Warcraft, que há 17 anos lidera o mercado, com cerca de 5 milhões de assinantes. O jogo é um mundo paralelo de batalhas e feitiçaria com um componente social importante: há muitas pessoas que conheceram seus cônjuges explorando o metaverso de WoW.
Não à toa, a Microsoft recém adquiriu a Activision Blizzard, desenvolvedora do game, pela bagatela de U$S 70 bilhões. A guerra pela maior fatia do metaverso já começou…
A Snap também se aprofundou no espaço, mas concentrou seus esforços na realidade aumentada, um conceito um pouco diferente do VR. A realidade aumentada gira em torno do uso de seu smartphone ou óculos especial para aumentar o mundo real com elementos virtuais. O jogo Pokémon Go, da Niantic, é o mais popular em termos de realidade aumentada.
O Fortnite, da Epic Games, que estreou em 2017, se aproximou mais de um metaverso do tipo Snow Crash do que qualquer outro. Os jogadores de Fortnite enxergam no jogo um lugar para socializar; eles conversam por meio de recursos de áudio e vídeo integrados a computadores desktop e consoles de jogos ou por meio de aplicativos de terceiros, como o Discord.
Há também os eventos de shows virtuais de artistas como Travis Scott e Arianna Grande, que ampliaram ainda mais a área de atuação e influência do metaverso de Fortnite.
Como entrar no metaverso
Zuckerberg começou a se preparar para isso em 2014, quando comprou a Oculus, fabricante de headsets VR, por US$2 bilhões. Desde então, o Facebook adquiriu mais de meia dúzia de outras start-ups focadas em VR – incluindo a recente compra da Within, uma desenvolvedora de jogos boutique com sede em Los Angeles, por mais de US$1 bilhão.
A questão é: haverá adesão por parte do público aos headsets de VR? É cedo para afirmar, mas as marcas já começaram a se mobilizar para o futuro.
O futuro do metaverso
Como você pode acompanhar até aqui, o metaverso já está entre nós há algum tempo. Mas o que esperar para os próximos anos? Qual o próximo passo?
Imagine a seguinte situação: você está andando na rua de forma totalmente despretensiosa quando, de repente, vê um outdoor de determinada marca de cerveja. Você lembra que está quase sem cerveja em casa e, imediatamente, aparece do seu lado aquela oferta de cerveja do outdoor. Mais abaixo, selecionáveis, outras ofertas, de outras marcas de cerveja – porém, a que se destaca é a anunciada. Você faz a sua escolha, efetua o pagamento com seu smartphone e a entrega rastreável é agendada para que você receba sua cerveja no conforto da sua casa, no momento que estiver por lá.
Isso é o futuro do metaverso.
Cientes desta virada de chave, marcas como a Gucci, Nike, Budweiser, Coca-cola e muitas outras já começaram a anunciar no metaverso.
E você? Vai ficar de fora?
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